FORTALEZA: COZINHA, BELEZA E HISTÓRIAS

Rose da Luz e Gustavo Mortari

09-08-2021

FORTALEZA: COZINHA, BELEZA E HISTÓRIAS

Capital do estado do Ceará, fundada em 1726, Fortaleza possui uma posição geográfica bem interessante, está há apenas 5.608 km de Lisboa, na Europa e 5.566km de Miami nos EUA

Fortaleza é o resultado de uma mistura de culturas: francesa, portuguesa, holandesa, africana e indígena. Esta mescla torna a culinária local bastante interessante: dos portugueses as sopas, os caldos, os cozidos de carnes e peixes, os doces temperados com cravo, canela e erva doce, resultando em um banquete da gastronomia luso-brasileiro: baião de dois, paçoca, papo de anjo, grude, canja, queijo assado, pernil de porco e carneiro, galinha à cabidela e arroz doce.

Os indígenas também deixaram sua contribuição. Ainda hoje são usadas algumas das técnicas dos seus antepassados, como por exemplo, as carnes assadas e moqueadas, que quer dizer “grelhadas”. Era uma forma sofisticada de cozinhar colocando a carne em covas abertas no chão, cobertas de brasas e folhas verdes, deixando a carne ser assada lentamente neste fogo abafado por horas. Outra forma era no fogo de chão, a panela de barro sobre três pedras e a carne cozendo ali por horas.

Dos Africanos, a paçoca, o pé-de-moleque, o grude, a cocada. Este conjunto torna a gastronomia de Fortaleza uma das melhores do país, com uma diversidade que passa também pelo sabor do mar, pois a região é rica em frutos do mar, sempre frescos e encontrado nos melhores restaurantes e quiosques nos 34 quilômetros de litoral. Um exemplo é o pargo assado no sal grosso um hit gastronômico acompanhado de salada e arroz.

As praias de Fortaleza são famosas e recebem inúmeros turistas, principalmente os do sul, fugindo do inverno rigoroso, já que as temperaturas são altas durante todos os meses do ano e a chuva é escassa.

Além de praias belíssimas e excelente gastronomia, Fortaleza também possui histórias interessantes. Uma delas é a do “Bode Celebridade”, o qual chegou a ser eleito vereador na cidade. Você já ouviu falar dele?

Ioiô foi um famoso “morador” da cidade de Fortaleza na década de 1920. Trazido a Fortaleza em 1915 por retirantes sertanejos, foi adquirido e mantido por José de Magalhães Porto, representante do industrial Delmiro Gouveia, correspondente no nordeste da empresa britânica Rossbach Brazil Company, localizada na Praia de Iracema, ali tornou-se uma espécie de mascote.

Ele perambulava pelas ruas centrais da cidade, na companhia de boêmios e escritores que frequentavam os bares e cafés ao redor da Praça do Ferreira, antigo centro cultural da capital e que por vezes dividiam a cachaça com Ioiô. Segundo a história popular, ele recebeu este nome por percorrer sempre o mesmo trajeto, entre a Praça do Ferreira e a Praia de Iracema.

Em 1922 o bode Ioiô foi eleito a vereador, sem nem mesmo ter se candidatado ou feito campanha! Na verdade, tudo não passou de um protesto à política local na época. Naquele tempo os eleitores votavam em cédulas de papel, escrevendo o nome de seus candidatos, por isso, mesmo não tendo se “candidatado”, Ioiô venceu a eleição. Entretanto nunca tomou posse oficialmente de seu posto de vereador. Tornou-se conhecido como “Bode Celebridade”, o bode vereador “despachava” todos os dias na praça do Ferreira.

Em 1931 o “Bode Celebridade” veio a falecer e foi imortalizado ao ser empalhado e doado ao acervo do Museu do Ceará.

Ioiô virou tema de documentários, histórias de cordel e livros infantis. É citado em obras de memorialistas cearenses como o poeta Otacílio de Azevedo e o historiador Raimundo Girão. Recentemente foi eleito pelas crianças da capital cearense como a mascote de Fortaleza.

Abaixo a história contada por de Rui Pinheiro Silva, coronel reformado do Exército:

No decorrer dos anos 20, do século passado, surgiu em Fortaleza um misterioso bode que tomou conta da cidade e logo se tornou popular entre os noctívagos e boêmios. Foi batizado de Ioiô. Contemporâneo do "bodinho da dona Libânia" e, obviamente, com as mesmas características, guardava, contudo, duas diferenças essenciais no seu DNA: a ausência do furor erótico e ser um feliz e distinto celibatário. Consta que chegou a Fortaleza, acompanhando os retirantes que fugiam da fome e da seca do quinze, e foi adquirido por um abastado fortalezense de nome José Porto que residia na Praia de Iracema.

Diariamente, o bode saltava acerca de sua moradia e se dirigia à Praça do Ferreira, onde passou a fazer ponto, ganhando a amizade dos inúmeros boêmios que ali também frequentavam. O caprino adorava cachaça e não dispensava um bom tira-gosto. Perambulava pelas ruas centrais e era querido dos poetas, escritores e seresteiros que festejavam o amor, as mulheres e as noites de lua cheia. Chegou a participar de atos públicos e consta que cortou a fita inaugural do Cine Moderno. Dizem que frequentava o Theatro José de Alencar, a Câmara Municipal e até passeava de bonde. Das inúmeras estórias que contam de sua vida, há a do proprietário de um bar que, incomodado com a presença do bode no interior de seu estabelecimento, propôs à roda dos boêmios e fregueses fazer um churrasco do bode.

A resposta dos boêmios foi surpreendente: - como "assassinar um "companheiro" de boemia e churrasquear sua carne? Ali ninguém era antropófago". E abandonaram o local para sempre. O extraordinário caprino faleceu em 1935, e a cidade chorou de emoção ao bode muito querido que até fora eleito vereador. Seu corpo foi empalhado e ainda hoje é destaque no Museu do Ceará. Sua vida foi contada no filme inacabado "Um bode chamado Ioiô", cujo enredo relata a deposição do governador Nogueira Accióly. O historiador Raimundo Girão disse que "o bode Ioiô era um cidadão como outro qualquer". Inegavelmente, o bode Ioiô foi o primeiro "sem teto" da Praça do Ferreira e, por isso, podemos considerá-lo "o patrono dos sem-teto" desta querida praça.”

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